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Em minha mente, há muitas moradas, criadas por nós mesmos: a morada da raiva, a morada do desespero, a morada da auto-piedade, a morada da indiferença, a morada do negativo, a morada da esperança, a morada da alegria, a morada da paz, a morada do entusiasmo, a morada da cooperação, a morada da doação…
Cada uma dessas moradas nós a visitamos todos os dias.
Podemos permanecer em cada uma delas pelo tempo que quisermos.
Podemos abandonar cada uma dessas moradas mentais no momento em que desejarmos.
Nós criamos a casa, nós ficamos na casa, nós saímos da casa quando bem quisermos.
Podemos criar novos aposentos, novas casas.
Quando entramos nestas moradas elas tornam-se nosso mundo até que a deixemos por outra.
Grande Espírito, ninguém pode determinar a morada na qual devo escolher entrar. Ninguém tem o poder para isso, a não ser eu mesmo. Permita-me que hoje eu escolha sabiamente.
Que eu sussurre uma oração pela manhã, que eu sussurre uma oração ao meio dia, que eu sussurre uma oração à noite, para manter o meu coração transitando livre por todas as moradas.”
Diz-se que esta oração foi dita um dia por um índio da tribo Cherokee, por nome Harjo.
As nossas várias teorias psicológicas modernas também dizem o mesmo, e nós corremos aos psicoterapeutas prá ouvir de novo sobre o poder que têm as nossas escolhas de nos prender ou de nos libertar!
Eu mesma sou uma psicoterapeuta, e não consigo imaginar a minha vida profissional sem os meus pacientes e sem as nossas incursões, juntos, pelo território da mente.
Portanto, não estou desmerecendo o meu próprio trabalho nem desconhecendo o quanto as pessoas podem crescer emocionalmente quando se entregam ao Mistério compartilhado do encontro de duas almas.
Só me pergunto porque a nossa sociedade moderna, tão evoluída em alguns aspectos, se esqueceu da Sabedoria Milenar que carrega o nosso próprio espírito dentro de si…
Só me pergunto porque nós só sabemos ouvir o outro, e nos esquecemos de ouvir a nós mesmos, e à nossa própria alma…