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Pessoas de todas as tribos se manifestam, ora contra ora a favor do que se entendeu a respeito do pedido de um grupo de psicólogos e da liminar de um juiz.
Não vou me deter nessa história, até porque ela foi amplamente divulgada nos últimos dias.
Quero apenas pensar junto com os leitores sobre a tarefa dos psicólogos e dos psiquiatras que fazem a sua formação em psicoterapia.
Nossa tarefa primordial é cuidar do sofrimento emocional. Qualquer que sejam as razões e as causas dele.
Nossa obrigação é não julgar, não criticar ou impor visões de mundo de quem quer que seja; nossa obrigação é caminhar junto ao doente pelos seus próprios caminhos pessoais, sendo o olhar e a escuta auxiliares de que ele precisa.
Nossa vocação é reforçar a crença que tem o paciente em si mesmo e ajudá-lo a ir em frente de acordo com ela, a crer nos seus próprios valores, a viver a sua própria história, seja ela coerente ou não com os valores da sociedade onde vivemos ambos.
Aí chegamos à questão que anda rendendo tantos comentários emocionados: pode um profissional “curar” alguma tendência, escolha ou pré determinação fisiológica ou emocional de um ser humano?
Imaginando que a homossexualidade seja uma escolha livre (sabemos ainda tão pouco das emoções e dos sentimentos), pode alguém reverter deliberadamente essa possível escolha do outro com um tratamento, qualquer tratamento psicológico ou de um outro tipo?
Até onde a ciência descortinou os horizontes do conhecimento, a resposta é um taxativo NÃO! A inclinação sexual deve ser livre e múltipla, e não há comportamento certo ou errado nessa questão. Os sentimentos se dirigem livremente para o objeto de amor que se encontre, seja ele do mesmo ou de diferente gênero.
O que se pode cuidar é do eventual sofrimento que uma escolha desalinhada com o que a sociedade aceita possa provocar.
E, finalizando, até o senso comum nos diz que “qualquer forma de amor vale a pena”!