No próximo domingo, 15 de junho, Itajubá se une a mais de 22 cidades brasileiras em uma mobilização nacional para conscientizar sobre o lipedema, uma doença genética que afeta principalmente mulheres e atinge cerca de 12% da população feminina no Brasil, o equivalente a mais de 8,8 milhões de pessoas. O evento, promovido pela ONG Movimento Lipedema, acontece no Parque da Cidade, das 8h às 11h, com ponto de encontro no letreiro “Eu Amo Itajubá”. A iniciativa contará com a participação de profissionais da saúde, como médicos, nutricionistas e educadores físicos, para orientar o público, esclarecer dúvidas e distribuir panfletos informativos. 6s5n1j
O lipedema é uma doença do tecido conjuntivo frouxo, caracterizada pelo acúmulo de gordura dolorosa, geralmente nas pernas e braços, que não cede com dieta ou exercícios. “É uma gordura inflamada, que cria fibroses e causa dor ao toque, câimbras noturnas e até hematomas sem causa aparente”, explica Gabriela Pereira, farmacêutica e presidente da ONG Movimento Lipedema. Diagnosticada com a doença em 2019, Gabriela fundou a organização para acolher mulheres que, como ela, enfrentam o desconhecimento sobre a patologia. “Quando recebi o diagnóstico, senti desespero. Como farmacêutica, decidi estudar e compartilhar informações para ajudar outras mulheres”, relata.
A enfermeira Raquel Cortez, especialista em terapia linfática e apoiadora do movimento, destaca a importância do tratamento multidisciplinar. “O lipedema não tem cura, mas pode ser controlado com mudanças de hábitos, como alimentação saudável, atividade física e terapia linfática. É essencial um acompanhamento médico, fisioterapêutico e nutricional”, afirma. Raquel, que realiza atendimentos em Itajubá, foi uma das responsáveis por trazer a mobilização para a cidade, reforçando que o tratamento adequado melhora a qualidade de vida, permitindo que pacientes retomem atividades simples, como brincar com os netos.
Diferentemente da obesidade, o lipedema não está necessariamente ligado ao peso. “Uma pessoa magra pode ter lipedema, e mesmo emagrecendo, a gordura nos membros afetados permanece”, explica Raquel. Características como cintura fina, quadril largo, pernas desproporcionalmente grossas e pés magros são sinais comuns. Sem tratamento, a doença é progressiva e pode comprometer a mobilidade, devido ao acúmulo de gordura em áreas como o joelho e a parte interna da coxa.
O evento em Itajubá busca não apenas informar pacientes, mas também capacitar profissionais da saúde para um diagnóstico precoce e tratamento correto, evitando abordagens inadequadas que podem agravar o quadro. “Muitas mulheres am a vida sem saber que têm lipedema, confundindo-o com gordura localizada ou celulite”, diz Gabriela. A mobilização conta com o apoio de parceiros locais, como a Academia Núcleo e a médica Lívia Conte, e promete ser um marco na conscientização sobre a doença na região.