Apesar dos recentes indicadores de crescimento econômico no Brasil, com o PIB aumentando 2,9% em relação ao primeiro trimestre de 2024 e 1,4% em comparação ao último trimestre do mesmo ano, segundo dados do IBGE, a realidade da maioria dos brasileiros permanece desafiadora. Em artigo publicado no Conexão Itajubá, o professor André Medeiros, coordenador do Grupo Denarius, e o professor Moisés Vassalo abordam a questão: se a economia está melhorando, por que tantas pessoas ainda buscam renda extra? 6r26t
Medeiros explica que, embora a renda média do trabalhador brasileiro tenha atingido um patamar histórico de pouco mais de R$ 3 mil, esse valor mascara uma profunda desigualdade. “Dez por cento da população com maior renda ganha 13 vezes mais que os 40% com menor renda”, destaca. Essa disparidade faz com que a “média” não reflita a realidade de grande parte da população, especialmente daqueles que recebem cerca de um salário mínimo (R$ 1.015, arredondado para R$ 1.000 no exemplo). Enquanto poucos ganham salários altos, como senadores, desembargadores e grandes empresários, a maioria enfrenta dificuldades para acompanhar o custo de vida.
A inflação, acumulada em 5,53% no ano, agrava o cenário. “Quem começou o ano com R$ 100, agora compra apenas R$ 94,50”, ilustra Medeiros. Esse impacto é sentido no dia a dia, com famílias sendo forçadas a cortar itens essenciais no supermercado, como goiabada, queijo ou doces para crianças, para priorizar o básico. Trabalhadores informais, que não aparecem nas estatísticas oficiais, enfrentam um cenário ainda mais crítico, com renda instável e sem registro formal.
Para o professor, a educação financeira é uma ferramenta essencial para enfrentar essas desigualdades. Ele enfatiza que ela vai além da matemática, sendo uma questão comportamental e transversal, que deveria estar presente em todas as disciplinas escolares, como na interpretação de textos em português ou na análise de indicadores econômicos. “A educação financeira ajuda a entender trade-offs: consumir muito hoje pode significar endividamento amanhã”, alerta. Isso é especialmente relevante para grupos vulneráveis, como idosos, que enfrentam altos custos com medicamentos, e crianças, cujas famílias lutam para manter o básico.
Medeiros lamenta que a Estratégia Nacional de Educação Financeira, embora instituída pelo governo, não tenha sido amplamente implementada. O Grupo Denarius busca preencher essa lacuna, oferecendo orientação ível. Interessados podem entrar em contato pelo Instagram (@denarius.unifei) para obter materiais e apoio na construção de uma cultura financeira mais consciente.
O artigo, intitulado “Se a economia está melhorando, por que tanta gente ainda precisa de uma renda extra?”, está disponível no site Conexão Itajubá e reforça a importância de entender os números por trás do crescimento econômico para planejar uma vida financeira sustentável.
Leia o artigo do Grupo Denarius: SE A ECONOMIA ESTÁ MELHORANDO, POR QUE TANTA GENTE AINDA PRECISA DE UMA RENDA EXTRA?