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Figura interessante, essa. Contribui meio a meio bem no comecinho da vida, e depois se afasta para uma posição secundária.
Permanece 9 meses à espera como a mãe, mas é uma espera muito particular:
Mas acompanha pacientemente cada reviravolta de humor, aplica a mão e o ouvido a cada movimento na barriga, fala sozinho como se fosse doido, tem com frequência no rosto um sorriso meio bobo, promete (e não cumpre porque desmaia) estar presente no nascimento, sai pela madrugada a fora atrás de alimentos exóticos e improváveis e a o dia seguintecomo se tivesse tido a melhor das noites, fala silenciosamente nomes, em busca de se apaixonar por um deles, imagina a cor do cabelo, a textura da pele, certo de que verá uma edição muito melhorada de si mesmo…
E assim am ambos, Pai e Mãe, os nove meses de espera que a natureza impõe, porque a espera ativa faz parte crucial do milagre.
E enfim, um dia chega o Grande Momento, e uma vida mais habita o mundo!
Aí nasce o Pai na sua plenitude.
Então o Pai, treinado no silêncio e no plano de fundo para que a vida se desenvolvesse, volta orgulhosamente à frente do palco e assume o papel principal, compartilhado agora com a companheira.
E assim se completa o Milagre de mais uma vida entregue a um Homem e a uma Mulher, para que o mundo tenha futuro!