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Esta semana me vi envolvida em um episódio lamentável de desrespeito “patrocinado” por um dos candidatos a prefeito (aliás, alguém em quem eu não votaria sob nenhuma circunstância).
No início da tarde de um dos dias da semana eu saía da garagem do meu prédio, indo para o consultório.
Um carro estacionara em frente à garagem: três pessoas dentro dele (um deles o candidato) e outra pessoa confortavelmente apoiada na janela onde estava este senhor, conversando animadamente como se estivessem todos em uma festa.
A pessoa na calçada olhou em minha direção, demorou um pouco o olhar em mim, e se voltou confortavelmente para dentro do carro, continuando a animada conversa.
Confesso que me espantou a indelicadeza; isto não me parece comum em Itajubá. As minhas experiências com desconhecidos na cidade têm sido de receber atitudes de gentileza e de simpatia.
Levei um certo tempo pensando em como fazer, quando vi o porteiro do meu prédio se aproximar do carro, certamente para pedir às pessoas que liberassem a agem dos carros do prédio.
Neste momento temi que o “cidadão” na calçada e os demais no interior do carro recrudescessem na desconsideração e fossem indelicados com o funcionário do prédio; resolvi, então, dar um pequeno toque na buzina. O indivíduo na calçada novamente me olhou, desta vez com sarcasmo e demoradamente (ninguém sequer dirigiu o olhar ao porteiro enquanto eu o ouvia pedir às pessoas que tirassem o carro do local) e… debruçou-se novamente na janela do candidato dispondo-se a recomeçar a conversa!
Desta vez eu realmente me incomodei com a nova atitude de arrogância!
Alguém que se proponha a representar outras pessoas deveria ser a melhor de todas elas, não parece obrigatório?
Se, enquanto homem público este candidato permite a desfaçatez dos seus correligionários, a mim parece que ele se torna igual em arrogância!
Saí então do meu carro e me dirigi ao carro em frente à garagem. Antes que eu chegasse a ele o motorista rapidamente engatou a ré e disparou pela rua, em direção à prefeitura (até o indivíduo na calçada se assustou com a pressa).
Foi só aí que eu vi as pessoas (muitas) paradas nas calçadas, esperando o desfecho do feio espetáculo propiciado pelo candidato.
Acho que nem nas palestras que faço (e o assunto sobre o qual eu falo toca fundo a alma das pessoas) já fui tão aplaudida!
No fim deste lamentável episódio, até que todos nos divertimos às custas do candidato…