Tudo muda, e eu? n3u6r
Vivo em meio a constantes mudanças. Observo mudanças na cidade onde vivo, no trabalho, nas pessoas com as quais convivo, na natureza, mas e em mim? 1p1172
Recordando a Júlia que fui, rapidamente comprovo que já mudei muito. Foram muitas mudanças físicas, mas também várias que os olhos não veem. Será que essas mudanças são suficientes? O que ainda quero conquistar para que no futuro eu seja melhor do que hoje?
Ao longo da minha vida, recordo-me de vários pensamentos incitando-me a ser melhor de diferentes formas: “Ano que vem vou fazer mais exercícios físicos”, “Agora cortei o refrigerante de vez”, “Vou estudar tantas horas por dia”, “Vou ser uma amiga mais presente, mandar mais mensagens para fulano” …Quantas “promessas” já me fiz… Ideias que me enchiam de estímulos inicialmente, mas que logo se perdiam. O tempo ia ando e os meus propósitos eram esquecidos. Às vezes mudava minha conduta por alguns dias, semanas ou até meses, mas uma hora ou outra, voltava a ter o mesmo comportamento anterior. O que acontecia dentro de mim entre o surgimento desses pensamentos e o momento em que eles eram esquecidos? Por que não mudava de verdade?
Com a Logosofia, tenho aprendido a conhecer a mim mesma, meus valores, minhas dificuldades, os pensamentos que me influenciam, e as causas internas das dificuldades que vivo. ar a conhecer-me de verdade, um pouco mais a cada dia, tem aberto novas possibilidades para minha vida. Hoje, procuro empenhar minhas energias em promover mudanças conscientes, deixando de simplesmente “decidir” mudar e não fazer nenhum esforço planejado e pautado em conhecimentos para alcançar aquilo que busco. Nesse esforço, uma mudança importante que tenho conquistado é a de me tornar mais confiante em mim mesma, mais segura e independente, aprendendo a bastar-me, não apenas no âmbito financeiro, mas também em relação a todo o restante.
Fui uma criança muito tímida. Tinha muitos amigos e conseguia brincar e comunicar-me com eles, mas, nos momentos em que eu ficava em evidência, ou quando precisava falar com um desconhecido ou fazer algo sem meus pais, tinha muita dificuldade. Já na adolescência, a dificuldade aparentemente sumiu ou praticamente desapareceu. Eu tinha muitas características de liderança, tomava a frente em trabalhos de grupo, fui representante de turma no colégio várias vezes e conseguia manifestar-me com mais facilidade… Mas será que eu tinha mudado de verdade?
Na faculdade, nos primeiros dias, puxei conversa com vários colegas e logo fiz novos amigos. E a timidez, ainda existia? E a insegurança? Sim, mas obtive avanços significativos ao longo dos anos. Estudei em uma escola em que fui muito estimulada e recebi também vários elementos de meus pais, mas foi somente com o início dos estudos de Logosofia que descobri que poderia dar um o a mais e conquistar mudanças conscientes.
Hoje, não apresento mais manifestações tão intensas de timidez e insegurança; tenho, porém, procurado ir mais a fundo na investigação de mim mesma. Quantas descobertas eu fiz! Identifico os mesmos pensamentos que me impediam de aproveitar muitas oportunidades na infância, agora se apresentando de forma mais sutil, como quando deixo de manifestar o que penso se estou em um ambiente com alguém que considero ser mais capaz.
Cada descoberta ajuda-me a planejar novos os na busca por diminuir a intensidade de alguns pensamentos negativos, que exercem grande pressão sobre minha vontade.
Um o importante tem sido criar para mim mesma situações que me tirem da zona de conforto. Com esse objetivo, tenho feito várias escolhas ao longo dos anos que me têm oferecido um rico campo experimental para o cultivo de valores como confiança, decisão e resolução, entre outros.
Uma experiência que contribuiu muito nesse esforço foi morar sozinha e resolver os desafios que surgiram com essa escolha de forma independente. Outra tem sido dirigir com mais frequência, atividade que nunca gostei e na qual não me sentia segura e confiante. Cada pequena conquista me enche de estímulos! Assim, tenho mais energia para seguir nesse esforço de conquistar mudanças mais permanentes, não só no meu estado interno em uma situação específica, mas que possam representar uma mudança no meu caráter.
Os esforços devem ser constantes, afinal, tenho muitos aspectos a superar. O estudo logosófico me tem auxiliado a realizar esse trabalho com alegria e leveza, encarando com valentia os desafios que surgem e aprendendo a transformar os erros naturais desse caminho em princípios para o acerto.
Um pensamento de Júlia Lisboa de Alvarenga
